quarta-feira, 20 de abril de 2011

Jesus Cristo, O novo Adão!




      O Sentido da religião é a religação do homem e a sua origem através do sobrenatural. No cristianismo, Jesus Cristo é o mediano dessa religação. Cristo é o novo adão o qual reconstrói a história do amor entre Deus e o homem, principalmente, trazendo uma nova e eterna aliança.

      A criação é a manifestação do amor de Deus cujo homem é o centro da criação, em que Deus cria na sua imagem e semelhança, contendo a própria: vontade, liberdade e razão.

      De acordo com a sagrada escritura, a serpente sugestionou Eva, criando nela uma desconfiança em relação a Deus e falando que ela poderia ser como Deus. Surgindo ai o grande pecado do homem, “o desejo de ser Deus”. A partir daí, surge o medo, a desconfiança e a soberba do qual é a origem do pecado e a entrada do mal. Assim, a história do amor entre Deus e o homem foi interrompida.

      A sagrada escritura vai narrar por meio dos profetas, as tentativas de aliança entre Deus e o homem. Ao decorrer do antigo testamento, Deus vai preparando o povo para a vinda do Messias, sobretudo, profetizado por Isaías: “Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e Lhe porá o nome de Emanuel, porque Deus está conosco”(Is 7,14;8,10). A palavra (está) narrada por Isaías significa que Deus sempre esteve presente na vida humana, ou seja, Ele nunca desfez a aliança com o povo.

      Jesus Cristo, O Verbo, se fez carne para salvar-nos e trouxe-nos a reconciliação com Deus. Torna-se notório que Cristo testemunhou com sua própria vida a profecia do antigo testamento. Assim, relata Paulo: “Muitas vezes de modo diverso falou Deus, outrora aos pais pelos profetas; Agora, nesses dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho, Jesus Cristo”(Hb 1,1-2).

      O batismo de Jesus é a inauguração de sua missão como servo sofredor. No batismo abriram-se os céus que o pecado de Adão havia fechado; E as águas são santificadas pela descida de Jesus e do Espírito Santo. Descer a água como Jesus para subir novamente com Ele, é renascer da água e do Espírito para tornar-se, no Filho, filho bem amado do Pai. Após o batismo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto.

      No deserto, onde Ele foi tentado três vezes por satanás. Jesus rejeitou essas tentações que recapitularam as tentações de Adão no paraíso e de Israel no deserto. A vitória de Jesus sobre o tentador no deserto antecipa a vitória da paixão, obediência suprema de seu amor filial ao Pai.

      A transfiguração é um antegozo da vinda gloriosa do Cristo, que transfigurará nosso corpo humilhado. A transfiguração é a promessa de uma vida gloriosa, porém, ela nos lembra que primeiro é preciso passar por muitas tribulações e pela cruz.

      Nota-se, em que desde a vida pública de Jesus, fariseus e adeptos de Herodes, como sacerdotes e escribas, tramaram a morte Dele. Jesus escandalizou, sobretudo, porque identificou sua conduta misericordiosa para com os pecadores com atitude do próprio Deus para com eles.

      A paixão não somente mostra o sacrifício do filho de Deus, como também a hipocrisia da humanidade ao condenar um inocente por um pecado que é próprio do homem: o desejo de se como Deus. “Como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim, pela obediência de um só homem, todos se tornarão justos”(Rm 5,19).

      Cristo ao ser crucificado, Ele levou consigo os pecados da humanidade. Naquela ocasião a pessoa quando iria reparar os seus pecados era comum oferecer um animal em sacrifício e junto com ele uma tábua, onde a pessoa escrevia os seus pecados. Os acusadores não acreditaram que Jesus era o Messias e Rei. Por isso, “Pilatos redigiu uma inscrição e afixou por cima da Cruz. Nela estava escrita: Jesus de Nazaré Rei dos Judeus”(Jo 19,196).

      “A morte de Cristo é ao mesmo tempo o sacrifício pascal, que realiza a redenção definitiva dos homens pelo cordeiro que tira o pecado do mundo, e o sacrifício da Nova Aliança, que reconduz o homem à comunhão Deus, reconciliando-o com Ele pelo sangue derramado por muitos para remissão dos pecados”(CIC-613).

      “Este sacrifício de Cristo é único. Ele realiza e supera todos os sacrifícios. Ele é primeiro um dom do próprio Deus Pai: é o pai que entrega seu filho para reconciliar-nos consigo”(CIC-614).

      “A Cruz é o único sacrifício de Cristo, único mediador entre Deus e os homens. Mas pelo fato de que, em sua Pessoa Divina encarnada, de certo modo uniu a si mesmo todos os homens, oferece a todos os homens, de uma forma que Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao Mistério Pascal. Chama seus discípulos a tomar sua cruz e segui-Lo, pois sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de que sigamos seus passos. Quer associar a seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários Dele. Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que qualquer outro mistério de seus sofrimento redentor”(CIC-618).

      Assim, conforme (Jo 19,30)”Tudo está consumado”, Jesus, O novo Adão, conclui a história do amor entre Deus e o homem religando-nos por meio da cruz à origem, rasgando o véu do templo e oferecendo-nos a vida eterna.



Ulisses Cabral – Seminarista da Arquidiocese de Campinas

Diego Fernandes dos Santos – Seminarista da Arquidiocese de Campinas e membro da Comunidade Sal e Luz


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