quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O milagre da Cura

Mesmo sendo um texto antigo é um conteúdo louvável!
Vale a pena ler.





Por Pe. Dr. Adriano Broleze, Vigário Judicial




Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa. (Mt 9,6)



No dia primeiro de maio ocorrerá a Beatificação do grande Papa João Paulo II, previamente foi necessário um consistente trabalho dos peritos que organizaram os documentos de toda a sua vida. Também foi aprovado, como sendo obra da intercessão do Papa João Paulo II, o milagre recebido pela Freira Marie Simon Pierre Normand que sofria do mal de Parkinson. A mesma doença que sofreu o grande Pontífice. É certo que muitíssimas outras pessoas receberam e receberão inúmeras graças pela intercessão deste Papa e de tantos outros santos. Todavia, quando a Igreja decide elevar um servo de Deus a dignidade dos altares ela é rigorosa e analisa com critérios científicos e teológicos o milagre postulado.



Na história da humanidade os Santos deram verdadeiros testemunhos de amor a Jesus Cristo, suas vidas confirmadas pelos milagres recebidos de sua intercessão asseguram a certeza das devoções que prestamos. É somente Deus quem faz o milagre, os santos são nossos intercessores. E com o auxílio das ciências a Igreja pode estabelecer maior critério para averiguação de um milagre de cura. Em 1724, o Cardeal Prospero Lambertini, mais tarde Papa Bento XIV, especificou, inclusive sobre o aspecto da medicina as características de uma cura extraordinária. No documento De servorum beatificatione et beatorum canonizatione, encontramos os critérios que a Igreja usa para o reconhecimento da inexplicabilidade de uma cura.



O primeiro critério é que a doença seja grave, incurável ou difícil de curar. Em segundo lugar, é preciso que a doença superada não esteja em último estado a ponto de poder ser curada espontaneamente. Em terceiro lugar é preciso que nenhum medicamento tenha sido utilizado, ou, se utilizado, que tenha sido verificada a ausência de efeitos. Em quarto lugar é preciso que a cura ocorra improvisa e instantaneamente. Em quinto lugar é necessário que a cura seja perfeita não defeituosa ou parcial. Em sexto lugar é preciso que cada excreção ou crise digna de nota tenham ocorrido no devido tempo, razoavelmente em dependência de uma causa verificada, precedente à cura; nesta eventualidade a cura não seria para considerar prodigiosa, mas ao contrário, total ou parcialmente natural. Por último é necessário que a doença debelada não se reproduza.



O milagre é uma ação extraordinária de Deus na ordem natural e por isso é levada com tanta seriedade pela Igreja. Ainda que saibamos que cada novo amanhecer é, sem dúvida, para nós uma bênção, quando se trata de confirmar e apresentar como ação de Deus a Igreja ciente de sua Missão não teme ser rigorosa, tendo em vista o êxito da verdade. Assim, os critérios apresentados indicam uma forte desproporção entre a cura e a gravidade da doença inicial que parece dificilmente curável; a falta de relação causal com a terapia praticada; a rapidez da resolução; a total cura e a estabilidade no tempo da mesma. Tendo esses elementos é que podemos afirmar uma cura como “não explicável cientificamente”.



Portando, uma cura dentro dos parâmetros propostos supera a ordem natural e confirma a intervenção divina na história humana. Ultrapassando as previsões médicas, ocorre o restabelecimento da pessoa que recebe a graça. Esta ação sobrenatural revela o profundo amor de Deus que atende a intercessão de seus Santos. É claro que a bondade de Deus não requer critérios para ser aprovada, basta olhar a Cruz para confirmarmos isso! Contudo, o fanatismo ou mesmo os exageros, tão presentes em nosso tempo, não nos levam a nenhuma verdade, e Deus não está na mentira! Ao analisar rigorosamente a cura de um doente a Igreja pode declarar que aquele acontecimento é ação de Deus em favor de seus amados e por assim um milagre.

Fonte: http://www.atribuna.org.br/2011/o-milagre-da-cura/

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